Saturday, October 28, 2006

Fechar a porta



Vejo o Mundo avançar, mantendo o seu ritmo acelerado. Vejo o tempo passar depresa como todos os dias. Mas o meu Mundo parou à muito tempo atrás, há muito que para mim o tempo parou.
O meu pequeno Mundo há muito que passou a ser vazio e escuro, solitário e frio... Há muito o meu Mundo deixou de ser o que era... Foi-se a alegria, os sorrisos, as canções alegres e ficou apenas o eco de um tempo passado. Restou apenas a mágoa, as lágrimas, o vazio, o silêncio... Aquele mundo que eu conhecia desapareceu no dia em que tudo simplesmente acabou, sem que se quer tivessemos oportunidade de falar. Acabou tudo, assim, sem mais palavras, sem um adeus... Vieram apenas os insultos e as injúrias... a raiva e o ódio... Vieram as lágrimas escondidas, reprimidas...
E apesar de tudo ficou no meu Mundo uma porta aberta para ti... Uma porta que não consegui fechar... Algo superior a mim. A esperança, talvez, do teu regresso... A esperança de voltar a ter esse teu sorriso comigo, que voltaria a encher o Mundo, um Mundo que sem ti não era nada.
Quantas noites desejei voltar a ter-te comigo e quantas lágrimas nessas noites caíram dos meus olhos. Quantos dias perdidos a pensar em ti e naquilo que poderiamos ter sido. Quanto tempo perdido a culpar-me por aquilo que nos aconteceu.
Mas o teu tempo chegou ao fim... Cansei-me de me culpar, de esperar por ti, porque no fundo sempre soube que isso não ia acontecer. Chegou a altura de dizer adeus para sempre, pois sei que tu já o fizeste há muito tempo atrás. Chegou a altura de construir de novo o meu mundo, de recuperar os anos que perdi. Chegou a altura de fechar a porta.
Adeus para sempre meu amor.


("Difícil não é lutar pelo que se quer e sim desistir do que se ama. Eu precisei de desistir. Não penses que desisti por não ter forças para lutar, mas sim por não ter mais condições de sofrer.")

Thursday, October 26, 2006

Desconheço

Desconheço o caminho. Desconheço de onde vim e para onde vou. Desconheço o passado e o futuro. Pouco sei do presente. Desconheço o mundo e as estrelas. Desconheço os que me rodeiam. Desconheço o motivo das lágrimas. Desconheço os meus sorrisos. Desconheço os meus sonhos. Desconheço as minhas aspirações, as minhas emoções. Desconheço as razões das mágoas. Desconheço quem sou e o que serei.
Tudo para mim é desconhecido, porque estou perdida, desencontrada de mim mesma, em busca do caminho e do lugar onde pertenço. Procuro sem encontrar, em todos os olhares, em todos os sorrisos, em todas as lágrimas, uma forma de regressar. Procuro sentir na chuva, no sol ou no vento algo que me faça lembrar que ainda estou viva. Cada passo que dou é-me desconhecido.
Vaguei-o sem rumo ou destino, sem caminho... Procuro-me, mas não me encontro... Não sou nada... Sou indefinida, confusa, perdida... Talvez não possa ser mais do que isso... Talvez nada mais me reste do que as palavras perdidas, esquecidas por alguém que perdido se encontrou.

Monday, October 09, 2006

Nothing last forever


Frases ditas sem sentido, perdidas, soltas, doloridas. Feridas que teimam em não fechar e que por vezes não param de sangrar e que nem o tempo pode curar.
Sentimentos reprimidos, pensamentos perdidos, mágoas escondidas. Incompreensão de quem não a esperavamos ter, desilusões provocadas por aqueles que pensavamos conhecer, desapontamento perante quem mais admiravamos....
Como era bom se tudo pudesse ser esquecido... Como era bom se tudo pudesse ser perdoado...
O tempo (esse ajudante dos eternos sofredores) não consegue afastar a mágoa, o ressentimento para quem o tempo é intensificador da dor.... Dor que já não doi, mas que provoca as lágrimas solitárias da alma de alguém que reprime o que sente... Dor que lembra apenas tudo o que passou e que já não volta mais, que já não pode ser corrigido....
Mágoa infinita de quem apenas tem já a ilusão de sentir.... Mágoa que vai matando aos poucos... Mágoa...
Dor e mágoa de quem apenas queria não ter passado pelo que passou, de quem queria que o tempo parasse, dem que queria corrigir aquilo que fez de mal ou evitar aquilo que lhe fizeram de mal...
E no fim descobresse que apesar de nada durar para a sempre, a dor e mágoa perssistentem durante a nossa caminhada....
(If nothing last forever, why i still feel this pain?)

Thursday, October 05, 2006

Amar


Como descrever o indescritível? Como definir o indefinível? Como alcançar o inalcançável?
Sentimos o que sentimos, sem regras, sem leis, sem medida, apenas porque temos de sentir.
Amamos sem sequer sermos correspondidos. Amamos em segredo. Amamos a medo. Tantas formas de amar e nenhuma absolutamente perfeita. Incompleta como um puzzle a que falta uma peça.
Amar sem ser amado, e mesmo assim não deixar de amar, apenas na esperança na mudança. Amar incondicionalmente…
Amar… Amar… Amar… Será que realmente o fazemos ou será apenas ilusão? Amar… Amar… Amar… Saberei eu o que isso é? Talvez não, quem sabe?
Apenas sei que amar é amar, sem nada mais. É querer ser tudo e ao mesmo tempo nada; é sonhar, pensar, sorrir, chorar e tudo isso ao mesmo tempo.
E no fim de contas amar é amar, sem mais nada a acrescentar!

Sunday, October 01, 2006

Ser ou Não Ser

Neste mundo complexo e desalinhado poucos são aqueles que por um momento apenas se dignam a pensar por si. Agarrados a ideias concebidas e explicações que de nossas nada têm, vivemos o dia-a-dia sem percebermos que somos arrastados para a imbecilidade.
Abraçamos cegamente os valores da sociedade, menosprezando, por vezes, aquilo que realmente somos.
Vivemos sem viver. Vivemos uma farça. E mesmo que por momentos alcancemos o nosso verdadeiro eu, aquilo que somos, depressa voltamos a pôr a máscara com medo de enfrentar o mundo. Medo daquilo em que acridatamos. Medo daquilo que realmente somos.