Saturday, September 30, 2006

Ritmo descompasado


A solidão silenciosa e compassada contrasta com a ritmada actividade do mundo. ritmo acelerado e descompassado que, durante o dia, empurra e impele os homens para um turbilhão difuso de superficialidade.
Mas quando a noite cai, o silêncio gritante rompe a acalmia do mundo, dando voz ao clamor da solidão desmedida, aprisionada como um bicho dentro da alma do Homem. Clamor silencioso, que vai perdendo a força á medida que amanhece. E de novo, o bicho da solidão é aprisionado, obrigando o homem a uma alegria forçada que reflecte a podridão do mundo.
A saudade inexplicável de algo que passou, mas que se desconhece, entranha-se na alma das pessoas e a vontade de abandonar a solidão é contrariada pelo ritmo acelerado e descompassado do mundo.
O Início

Quantas palavras ficaram perdidas ao longo do tempo? Tempo esse que é inimigo da escuta e do uso das próprias palavras. o tempo que não existe e que arrebata todos aqueles que dele se fazem prisioneiros.
E assim as palavras perdem a sua força... Agarram-se aos sentimentos, às emoções, às recordações, esperando, em vão, o seu momento, ficando esquecidas na eternidade do tempo que não dura mais que um segundo.
Palavras perdidas, sentidas e esquecidas por todos aqueles que alguma vez as usaram. E nesta luta desigual resta apenas a certeza que nenhuma palavra (mesmo que esquecida) nunca se perderá deposi de escrita.